Aconteceu, 16 de Dezembro, o Seminário Técnico – SEMITEC 2020 com o tema:
“ O Clima Global e a Engenharia Sustentável”, palestrante o climatologista Prof. Luiz Carlos Molion. O Semitec 2020 tem o patrocínio oficial do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo – CREA –SP, e a realização da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém.
Normalmente o Semitec é realizado presencialmente, mas devido à pandemia do Covid-19, esse ano foi adotado um sistema diferente, a transmissão ao vivo do evento pela plataforma do facebook. Na sede da Associação, na sala de eventos José Bobrovsky Neto, foi montada toda a estrutura, organização e transmissão do evento, foram convidados também alguns associados para acompanharem presencialmente o seminário, obedecendo rigorosamente às medidas de distanciamento social e higienização com o uso de mascaras e álcool gel.
O evento teve a apresentação da radialista Maristella Soto, que abriu a transmissão na frente da Associação e convidou a todos para participarem do Semitec 2020. Após as considerações iniciais, Maristella, já dentro da sala de eventos José Bobrovsky Neto, abriu oficialmente o seminário.
“ Esse ano a Associação completou quarenta anos e para falar um pouco sobre a nossa Associação vamos colocar no link o Presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém o engenheiro civil Hilman Edward Kruger”.
O presidente Hilman estava em tratamento devido ao Covid-19, por esse motivo não pode estar presente ao seminário, mas participou direto de sua residência.
“ Boa à noite a todos os profissionais que estão participando do Semitec 2020. O com satisfação que estamos recebendo o Semitec 2020 com um tema que impacta diretamente no nosso dia a dia, o Clima Global e a Engenharia Sustentável. Quero apresentar meus agradecimentos ao CREA-SP que através do seu Presidente Vinicius Marquese nos deu mais uma oportunidade para realizar esse seminário em nossa cidade de Itanhaém. Sem esse apoio seria impossível realizá-lo. Aproveito também para agradecer ao Kledson nosso gerente regional e a todo pessoal envolvido nesse trabalho.”
O presidente Hilman salientou também a importância do seminário para esclarecer as mudanças climáticas nos últimos tempos; ventos e chuvas muito fortes, ressaca do mar, calor e frio dentro de uma mesma estação; agradeceu ao climatologista e palestrante o Prof. Luiz Carlos Molion pela participação. O presidente salientou também que umas das atribuições da Associação e trazer aos profissionais informações técnicas de alto nível, esse trabalho a entidade realiza há quarenta anos e desejou a todos um excelente seminário.
Após as palavras da abertura do presidente Hilman, foi explicado pelo organizador do evento o publicitário Rubens Cocuroci como o CREA-SP disponibilizou o patrocínio oficial do seminário, esclarecendo a utilização do Termo de Fomento, oportunidade que o CREA-SP oferece a todas as associações do Estado de São Paulo, através da apresentação de um projeto técnico dirigido aos profissionais da engenharia que é aprovado no conselho.
Em seguida, Maristella apresentou um vídeo da mensagem de boas vindas do Presidente do CREA-SP o Engenheiro em Telecomunicações Vinicius Marquese Marinelli.
“Estou passando para cumprimentar a todos que estão participando do Semitec 2020, gostaria de estar participando a vivo para falar com vocês, mas a nossa agenda está apertada, mas fiz questão de cumprimentá-los pela boa iniciativa. Muito obrigado ao Hilman e toda a diretoria da Associação, eventos como esse que promovem a capacitação dos profissionais são iniciativas que o CREA-SP sempre terá o nosso apoio. Hilman, Prof. Molion, profissionais tenham uma boa palestra” encerrou o presidente Vinicius.
Após as palavras do presidente do CREA-SP, foi exibido um vídeo institucional “O que é o Registro Profissional”.
Na seqüência dos trabalhos, Maristella informou que as perguntas poderiam ser feitas através do whatsapp da Associação e também que gostaria de receber o certificado da palestra poderia enviar a solicitação através do site da entidade. Esclareceu também que os participantes que solicitarem o certificado irão receber também duas publicações do Prof. Molion: Aquecimento Global Realidade ou Farsa e Gêneses do El Niño.
Em seguida foi realizada a abertura do Semitec 2020 pelo Prof. Luiz Carlos Molion.
“Meus caros bem vindos ao Semitec 2020. Esse ano devido ao Covid-19 vamos realizar a palestra virtualmente, infelizmente não podemos estar presencialmente que é sempre muito agradável. Existe uma histeria global que é tão preocupante quanto o Covid-19, que á história do aquecimento global provocadas pelas atividades humanas emitindo o CO2 . Vamos mostrar em nosso encontro que isso tudo é uma farsa, não existi base científica nenhuma que o homem seja responsável por esse aquecimento. Ao contrário temos evidências que esse aquecimento é natural, e que a projeção climática para os próximos vinte anos, na realidade o aquecimento que é apontado pelo IPCC não vai acontecer, nós vamos ter um resfriamento que mais vai afetar a região dos trópicos. Bem Vindos.”
A PALESTRA
Clima X homem
Prof. Molion apresentou dados demonstrando que entre 1920 e 1940 a temperatura média da Terra aumentou mais de 4° centígrados, num período em que a concentração de CO2 era inferior a 300 partes por milhão. Já após a 2ª Guerra Mundial, quando continentes inteiros como a Europa, a América do Norte e outras partes do mundo intensificaram seus processos de industrialização, emitindo muito mais gás carbônico durante décadas, a temperatura média caiu. O meteorologista fez questão de ressaltar que até hoje a temperatura média global é inferior à verificada na década de 1930.
“ Até hoje, na série americana, o ano mais quente da história foi 1934. Dos dez anos mais quentes, quatro se deram durante aquela década. Faço parte da vertente de pesquisa científica que não nega que existem períodos de aquecimento. A diferença fundamental entre o IPCC e nós é que eles dizem que essas alterações são provocadas pela atividade humana. Enquanto nós apresentamos evidências físicas de que a variabilidade é natural. O homem não tem nada a ver com a ocorrência dessas alterações” — deixou claro.
O professor, que também atua junto às universidades de West Michigan (EUA) e Évora (Portugal), garante que o recente período de aquecimento global, verificado a partir da década de 1990, está ligado à cobertura das nuvens. Justamente o fator que não seria considerado pelo IPCC.
“A cobertura de nuvem é um fenômeno essencial no controle da temperatura do planeta. Se está entrando muito sol pela janela, eu fecho a cortina. Pesquisas do projeto internacional de climatologia de nuvens por satélite mostram que a cobertura de nuvens caiu de 70% em 1987 para 64%. Os dados obtidos por satélite deixam evidentes que à medida que cai a cobertura das nuvens, a temperatura aumenta” — citou.
Oceano Pacífico
Molion também apresentou pesquisas correlacionando diretamente às temperaturas verificadas no Oceano Pacífico, influenciadas entre outros fatores por ocorrências do fenômeno El Niño, com o impacto na temperatura global. Isso porque os períodos de El Niño trazem uma forte onda de calor para o Pacífico, que corresponde a um terço da superfície do planeta
“Pesquisas de institutos europeus [apresentadas por Molion] com séries históricas extensas mostram que, quando o Pacífico se aqueceu, houve uma tendência de a temperatura global crescer. Quando o Pacífico esfria, a temperatura diminui. Então aparentemente o Pacífico é o grande comandante do clima global. Ele sozinho é 35% da superfície terrestre. Se somarmos todos os continentes, a soma chega a 29%” — detalhou.
Impactos geopolíticos
Molion ainda ironizou a pactuação em torno do Protocolo de Kyoto, de 1997, que propôs na época uma redução de 5% das emissões humanas (o equivalente a 300 milhões de toneladas), quando os estudos do próprio IPCC sobre o efeito estufa apresentavam uma flexibilidade de impacto sobre o clima que girava em torno de 80 bilhões de toneladas, segundo ele. O cientista também criticou as metas de redução de emissões do Acordo de Paris, vigente desde 2015.
"Eles querem um fundo de U$ 100 bilhões por ano para reduzir as emissões. Já mostramos aqui que reduzir as emissões não adianta nada, porque o CO2 não controla o clima global. Reduzir as emissões vai fazer com que a geração de energia seja menor. E 80% da matriz elétrica no mundo hoje ainda depende de petróleo, carvão mineral e gás natural. Mais de 160 países no mundo estarão condenados a permanecer na miséria e na pobreza com a redução das emissões”— descreveu.
Molion ainda lembrou que recentemente a Alemanha e o Japão voltaram a investir fortemente em termelétricas à base de carvão, enquanto pressionam nações subdesenvolvidas a não fazerem o mesmo. E enumerou inúmeras catástrofes climáticas históricas do passado, ocorridas tanto em climas quentes quanto frios, a seu ver sem qualquer correlação com a emissão humana.
“ Os modelos do IPCC apontavam em 1989 que o clima médio global em 2015 seria 0,8° mais alto. As observações mostram que o aumento foi de 0,2°. É a prova cabal de que eles se baseiam em modelos que tendem a superaquecer os oceanos, produzindo com isso temperaturas mais quentes” — criticou.
Segundo o climatologista o sol é a principal fonte de energia e está entrando em um período de baixa atividade que ocorre a cada 100 anos e pode durar até 2040.
“Em resumo o clima varia por causas naturais, eventos extremos sempre ocorreram com o clima quente ou frio, por isso necessitamos de planejamento e adaptação, a população está crescendo e ocupa maior espaço geográfico. Aquecimento Global antropogênico (derivados de atividades humanas) é uma mentira. CO² não é vilão, é o gás da vida. Quanto maior for o CO² na atmosfera maior será a produtividade das plantas. Reduzir o CO² como deseja o Acordo de Paris de 2015 é inútil, privilegiando os países que já se desenvolveram. O acordo de Paris é um instrumento de neocolonialismo vai obstruir o crescimento de mais de 160 países. Teremos 20 anos de invernos mais rigorosos, o resfriamento natural os oceanos. Os ambientalistas doutrinados que não entendem de nada, confundem mudanças climáticas com a conservação ambiental que é uma necessidade humana independente do clima aquecer o esfriar. Os engenheiros e arquitetos tem a missão de encontrar soluções para um desenvolvimento sócio-econômico em harmonia com o meio ambiente e não ficar dando palpite, sem base alguma, nas mudanças climáticas”.
Após a palestra o Prof. Molion ficou a disposição para perguntas dos associados presentes. O engenheiro eletricista João Oliva solicitou a palavra.
“ Extraordinária palestra e certamente aprendemos muito, impactante essas colocações do professor. Primeiro quero agradecer a Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém, 40 anos de fundação, e gostaria de lembrar que Itanhaém é conhecida como a Amazônia Paulista. Somos a segunda cidade mais antiga do Brasil e esse assunto nos traz para uma reflexão, onde Itanhaém pode se dizer um micro clima de toda a região. Gostaria também de fazer uma colocação de como o senhor se coloca a frente de uma opinião tão contrária a que se divulga, como é o Acordo de Paris que este mês completa cinco anos de existência com o apoio de mais de 160 países”.
O engenheiro civil e presidente da Associação também questionou o professor com relação a Amazônia. “ Nós precisamos ter controle das questões ambientais para que não aja desabastecimento de água e mesmo como tem acontecido das queimadas na Amazônia. Entendo que o homem tem a capacidade de mudar o clima local, ou seja, o micro clima, mas pelas suas colocações não tem capacidade alguma de interferir no clima global. É isso professor ?”
Após responder todas as perguntas, o Seminário Técnico foi encerrado com as devidas considerações de todos os participantes. Ficou muito claro com a palestra do prof. Molion que o clima é muito mais complexo do que imaginamos e que existe uma vertente que coloca os seus interesses sócios econômicos muito acima da ciência. Pessoas como o Prof. Molion que tem a sua vida pautada no conhecimento, faz com tenhamos muita reflexão daquilo que é nos apresentado como realidade. Colocar em palavras todo o contexto desse seminário com certeza daria várias edições, por isso se você deseja aprofundar os seus conhecimentos nesse tema, sugerimos que você veja a palestra na integra na nossa página do facebook.
@ aeaitaengarq – em vídeos você encontra a versão completa e os melhores momentos.
