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18/03/2019

Entrevista ARTHUR FERREIRA

      Nasceu na Pérola do Atlântico e se tornou uma pessoa especial. Atencioso, acima de tudo, respeita as     pessoas e as opiniões, e é um privilegio tê-lo como amigo e companheiro profissional. Naquela noite tivemos a satisfação na sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém, de conhecer a sua história, seus familiares e o início de sua profissão. O engenheiro civil Arthur Ferreira, com 63 anos, casado com a Silvia desde 1983 tem três filhos; Vinicius - 33 anos, Thais - 29  e Vitória  - 27 .

Nessa entrevista, Arthur fala do tempo que jogava handball, da faculdade no sul de Minas Gerais e as suas atividades hoje no CREA-SP.

 

Arthur em nome de toda a diretoria da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém agradecemos essa entrevista. Você nasceu no Guarujá?

Meu bisavô chegou ao Guarujá com seis anos de idade, hoje se ele tivesse vivo teria 142 anos. Minha avó e meu pai também nasceram no Guarujá.  Acabei nascendo em Santos na Santa Casa por conta da minha mãe que estava passando mal. Estudei no Guarujá e em Santos. A faculdade de Engenharia foi em Itajubá, Sul de Minas Gerais nos anos de 1976.

Você foi um grande esportista?

Jogava handball pelo Clube Internacional de Regatas, quando cheguei na faculdade em Itajubá, encontrei o ex-atleta do Internacional,  Marcos Cesar Zangrano, que foi da seleção brasileira. Através dele tive contato com o diretor da faculdade e passei a ser monitor de educação física. Joguei pelo time da faculdade e depois passei a jogar pelo time da cidade de Itajubá. Em 1980 fui convocado para treinar com a seleção mineira universitária de handball, mas não cheguei a ficar entre o time principal. Do segundo semestre de engenharia até o término da faculdade fui monitor de educação física, auxiliando o Prof. José Rocha de Carvalho.

Porque você resolveu estudar engenharia civil?

Naquela época o Guarujá estava em uma fase de crescimento muito grande. A construção civil estava a todo o vapor, os anos gloriosos de 1975 a 1982.

Terminei a faculdade em 1982, já namorava a Silvia, começamos em 1979, foi quando voltei para o Guarujá e comecei a trabalhar em uma construtora a Dagoberto Batochio Associados. O Arquiteto Dagoberto era um ex-professor de desenho do ginásio, fiquei pouco tempo. De fevereiro de 1983 a 1986 trabalhei na Prefeitura Municipal do Guarujá na Secretária de Obras. Depois de 1986 a 1990 trabalhei com os meus primos, também formados em Itajubá, o Engenheiro Renato Araújo e sua esposa Engenheira Cristina Mohallen, na Construtora Araujo Mohallen. Em 1990 fui convidado pela DERSA para a Diretoria de Terminais. A DERSA tinha acabado de assumir todo o sistema hidroviário do Estado de São Paulo. Trabalhei até março de 1991 como Diretor, e, a partir daí, atuei mais quatro anos como Assessor da Presidência.

 

Como foi essa experiência de trabalhar na DERSA?

Uma experiência profissional incrível. Convivia semanalmente com quase todos os prefeitos do Litoral Paulista, e mantinha um bom relacionamento, sendo da situação ou oposição,  deixei grandes amigos, como o Márcio em Ilha Comprida, Ariovaldo em Iguape, Maurício e a Sra Marioca em Cananéia, o Paulo Julião em São Sebastião, Orlandini em Bertioga, enfim, uma experiência administrativa que vou levar para o resto de minha vida. Em 1995 sai da DERSA e fui trabalhar por conta própria. Comecei a desenvolver um trabalho na área de Segurança Contra Incêndio, e acabei fazendo uma especialização nessa área.

 

Quando surgiu a Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Guarujá?

Fundamos a Associação em 1991, precisávamos ter uma representação da nossa profissão no Guarujá. Trinta e um engenheiros e arquitetos se juntaram e fundamos a Associação que hoje felizmente está muito bem. Sempre participei em várias gestões, e temos um relacionamento excelente. Em 1999 tivemos a idéia de fazer o  Programa de Valorização Profissional (PROVAP),  realizamos um evento, na época convidamos todas as associações da Baixada Santista, e a partir dessas reuniões é que surgiu a UALP  União das Associações de Engenheiros e Arquitetos do Litoral Paulista.

 

Qual o objetivo da União das Associações?

Cada cidade tem as suas características, mas, existem vários problemas que são comuns a todos, inclusive ter maior representação no sistema CONFEA/CREA-SP.Tivemos na UALP momentos muito bons e outros péssimos, mas atualmente estamos em um momento muito feliz, algumas associações que tinham saído estão retornando e a troca de idéias os exemplos de ações e realizações são muito importantes para todos.

 

O que o associativismo representa na sua vida profissional?

O associativismo pra mim é tudo, fico muito triste quando não temos união, a base de tudo são as associações. O próprio CREA precisa das associações. Gosto muito de participar, sem explicação, vejo isso  como um caminho para os engenheiros. A única maneira de valorizar a profissão são as associações.  Os eventos sociais, esportivos, técnicos são muito importantes para o crescimento dos profissionais. Dentro de uma associação não existe concorrência e sim parceiros profissionais.

 

Em que momento da sua vida profissional você se aproximou do Conselho?

Quando fundamos a Associação passamos a ficar mais próximos dos CREA. Apesar de ser formado em 1982, meu registro só aconteceu em 1984, no início da minha carreira atuava em outra área. Em 1997 conseguimos instalar a Inspetoria Regional do CREA no Guarujá. Até essa data tudo era feito em Santos, imagina a dificuldade e a complexidade operacional que era na época. Até para retirar uma simples ART você tinha que se deslocar para Santos. Com a instalação da Inspetoria tivemos uma maior aproximação do sistema. O Arquiteto Marcos Damin era o presidente da Associação, e eu era o Diretor Administrativo, mas foi o Engenheiro Rafael Di Lorenzo, meu colega de turma na faculdade em Itajubá, que teve méritos nessa conquista,  ele era muito próximo do André Di Fazio, presidente do CREA-SP na época, e conseguiu preparar todos os documentos para a instalação da Inspetoria.

 

Como foi a sua participação dentro do sistema CREA?

Entrei depois de muito tempo como Inspetor na Câmara de Engenharia Civil, e posteriormente como Inspetor Chefe do Guarujá.  Ao todo são quase dez anos de Inspetoria,  que deixei o ano passado para assumir a Gerência Regional da 4º Região, a convite do Presidente Vinicius Marchese Marinelli.

 

O que representa esse trabalho na Inspetoria?

São quase vinte e dois anos de atividades junto ao CREA. Como Inspetor procurei sempre me dedicar às ações do Conselho e cumprindo as obrigações do Regulamento das Comissões Auxiliares de Fiscalização (CAFs). Nós somos representantes do CREA na fiscalização e na valorização dos profissionais da região e na defesa da sociedade, combatendo o exercício ilegal da profissão por pessoas físicas e jurídicas.

 

Você sempre participou de todos os eventos realizados pelo CREA-SP?

Como Inspetor sempre participei dos eventos realizados pelo CREA-SP, como por exemplo Colégio Regional de Inspetores, Congresso Regional e Estadual de Profissionais e os SEFISC - Seminário Estadual de Fiscalização, como este que aconteceu recentemente em Bertioga, e que contou com a participação de 2.500 profissionais. Como Diretor Administrativo da UALP desde 2009, sempre fiz questão de incentivar a participação de todos os Inspetores da nossa região nos eventos, pois só assim teríamos um grupo de Inspetores bem participativos nos assuntos de interesse da nossa região. Participei também como Coordenador do Grupo de Trabalho “Estudos para Parceria com o Corpo de Bombeiros”, que discutiu propostas em conjunto para a assinatura de um “Protocolo de Intenções” entre as duas instituições, buscando parceria no sentido de melhorar a fiscalização da atividade profissional no âmbito da Segurança Contra Incêndio e Pânico, bem como incluir sugestões na legislação para uma maior participação dos profissionais neste segmento da engenharia.

 

Quando você recebeu o convite para ser o Gerente Regional do CREA-SP?

Recebi o convite em maio de 2018. O Presidente do CREA-SP Engenheiro Vinicius Marchese fez o convite para assumir a Gerência da 4ª Região (Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira). A primeira providência foi dar baixa em duas obras como responsável técnico junto à Prefeitura de Guarujá. Nos estudos e serviços na Segurança Contra Incêndio consultei meus antigos clientes e passei esta responsabilidade para o meu filho, que é engenheiro civil. Me desliguei também da Vice-Presidência da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Guarujá. Digo que perdi uma associação, mas ganhei várias outras. Deixei o cargo de Diretor Administrativo da UALP, e passei a ser exclusivo do CREA-SP. A jurisdição da GRE-04 se divide em duas UGI’s, sendo a UGI Santos de Bertioga até Peruíbe, e a UGI Registro, que contempla as cidades de Ilha Comprida, Iguape e Cananéia, no litoral, além de Registro e todo Vale do Ribeira, totalizando vinte e quatro cidades.

 

Quais as novidades com relação a fiscalização?

Para atender as nove cidades da UGI Santos temos quatro Agentes Fiscais, e para a UGI Registro temos dois Agentes Fiscais. O CREA-SP já vem trabalhando para melhorar esse quadro, pois a demanda vem crescendo muito em função das Blitz e ao longo do anos, além da diligências de acompanhamento de obras e/ou serviços e denuncias anônimas pelo site do CREA-SP. NA maioria das vezes essas denuncias são difíceis e dificultam a fiscalização devido a falta de informação correta. Hoje todos os fiscais têm seus carros e equipamentos de informática, que facilitam o desenvolvimento destas ações. Nessa gestão o Presidente Vinicius está empenhado em trazer novas tecnologias para a infra estrutura do Conselho, para ter cada vez mais eficiência e rapidez, principalmente com relação a comunicação de dados. Outro trabalho importante que estamos realizando é a gestão junto às Entidades de Classe, para estimular a participação das AEA´s nos Chamamentos Públicos do CREA-SP, para que possam desenvolver grandes projetos aos profissionais da região através dos Termos de Fomento. Quanto às CAF´s, estamos dando a sua real importância nos Municípios, com a apresentação dos seus membros aos Prefeitos e Secretários de Obras, Urbanismo e Meio Ambiente, facilitando assim a sua atuação na fiscalização.

 

Porque você está incentivando os novos profissionais a participarem das associações?

Na minha época não tive esse incentivo, fez muita falta para entender o sistema CONFEA/CREA. Com cinco anos de formado, tinha dificuldades no preenchimento da ART em função das atividades técnicas do contrato. Muito profissional não sabe isso até hoje. A ART deve ser muito bem feita, pois você pode estar assumindo responsabilidades que não fazem parte da sua atribuição profissional, simplesmente por falta de conhecimento do preenchimento desse documento. O CREA-SP desenvolve inúmeras palestras junto às Universidades, levando estas informações aos futuros profissionais. As Entidades de Classe precisam mesclar, renovar o seu quadro de associados, buscar os jovens engenheiros e passar a conviver com os mais experientes, pois só assim é possível manter uma Associação atuante,  é a casa do diálogo entre os associados antigos e os novos. Precisamos oxigenar as entidades, é disso que depende o futuro da nossa profissão.

 

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