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30/06/2020

Entrevista Kledson Cesar dos Santos Turra - CREA-SP

Em fevereiro recebemos na sede da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém, na sala de eventos José Bobrovsky Neto o Gerente Regional do CREA-SP da 4ª e 6ª Região o Engenheiro Civil e segurança do Trabalho Kledson Cesar dos Santos Turra.

Extremamente simpático, tem sua vida dedicada ao Conselho, são mais de trinta e dois anos de atividade profissional. “Tudo que tenho veio do CREA-SP, um lugar que me sinto feliz de trabalhar, as pessoas que trabalham no Conselho são muito especiais”, foi com essas palavras que iniciamos a nossa entrevista.

Kledson em nome de todos os profissionais da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém, quero agradecer a sua presença. Para iniciar a nossa entrevista, em qual cidade você nasceu e como foi a sua vida estudantil?

Nasci em São Paulo em 1972 no bairro da Mooca.  Fui criado na Vila Formosa (zona leste), estudei na Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Kennedy, depois me formei em Técnico em Eletrônica.  Em 2008, já estava trabalhando no CREA-SP, completei a faculdade de Engenharia Civil na Universidade de Guarulhos e 2016 Segurança do Trabalho.

Quando você começou a trabalhar no CREA-SP?

Entrei no CREA em 1987 como auxiliar de expediente, tinha 15 anos de idade. Com 17 anos já tive o primeiro trabalho em cargo administrativo.

Em 1996 comecei a trabalhar com o pessoal que fazia o último semestre de engenharia nas universidades, representava o CREA-SP no Mackenzie - UNIP – USP – FAAP – Belas Artes, fazia a divulgação do conselho e levava todo o material para inscrições.  Na colação de grau entregávamos o registro profissional a cada recém formado. Realizei esse trabalho por 12 anos, foi gratificante e apreendi muito nessa época.

Porque você resolveu estudar engenharia civil?

Na verdade tudo começou em um Colégio de Inspetores em 2007 em São Paulo no Morumbi, foi naquele momento, somado as colações de grau que participava, entendi que a engenharia civil era o meu caminho para continuar no CREA-SP.

Você exerceu a profissão de engenheiros civil?

Como funcionário do CREA –SP,  sendo um órgão fiscalizador, não posso exercer a função de engenheiro. A minha engenharia  é totalmente voltada ao CREA-SP. O  código de ética do Conselho é muito rigoroso nesse sentido. Não podemos ter nenhum vínculo com nenhuma entidade de classe, e nada profissionalmente.

Você teve alguma dificuldade quando assumiu o cargo de chefia?

 Nenhuma, quando fui para a gestão administrativa  tive total apoio dos colegas de trabalho, não tenho do que reclamar, somente agradecer todos os dias.

 No primeiro momento não acreditei que iria para esse cargo, chefe da Unidade Centro. Tive o apoio de muitas pessoas, principalmente do Ismael, meu amigo até hoje.

A portaria saiu no dia 01 de setembro de 2007, fiquei cinco meses, logo em seguida o Presidente Tadeu me enviou no início de 2008 para a unidade Norte, durante todo o meu período de faculdade de engenharia fui chefe da unidade Norte, foram cinco anos, fiquei até 2011.

Qual foi a sua maior experiência como Chefe da Unidade?

Em 2012 assumiu a região Leste 386km²,   tem 12 subprefeituras,  é muito maior que a Norte 296km²,  a região mais populosa da cidade de São Paulo, começa no Brás e termina na cidade Tiradentes.  Apesar de ser palmeirense acompanhei toda a obra do Itaquerão até total entrega da obra.Realizamos muitas visitas técnicas de conselheiros e profissionais, uma obra sem precedentes. A CAF  ( Comissão Auxiliar de Fiscalização)  da unidade Leste tinha 25 inspetores. Fiquei três anos como chefe da  Unidade Leste;  depois fui para a Unidade da Faria Lima onde permaneci por mais dois anos.

Quando você passou de Chefe da Unidade para Gerência?

Isso aconteceu em outubro de  2017, quando  recebi o convite do Presidente Vinicius para a Gerência do Departamento Operacional. Foi nesse momento,  com 10 anos como Chefe das Unidades, canalizei toda a minha experiência para melhorar esse trabalho. Fui muito feliz.

Bom pelo que estou entendendo sua carreira profissional vem subindo rapidamente graças a sua dedicação e competência, mas quando você assumiu a Gerência Regional?

Em maio de 2018 , voltei para Zona Leste  como Gerente Regional da região GR7 que compreende Guarulhos, Santa Izabel, Arujá, Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos,  São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano, Diadema, Mauá.

Em janeiro de 2019  acumulei a sexta região GR6 que compreende a cidade de São José dos Campos (sede) Jacareí, todo o Vale do Paraíba e Litoral Norte.

Em agosto de 2019 fui transferido para  Gerente da GR4 acumulando a GR6. A sede é em Santos e a GR4 compreende todo o Litoral Sul e o Vale do Ribeira. Todas as praias estão sob a minha gerência e uma equipe extremamente eficiente e dedicada.

Como você realiza o seu trabalho gerenciando a GR4 e a GR6?

Além de uma equipe extremamente profissional conto com uma tecnologia de última geração que  facilita muito o nosso trabalho.

Desenvolvemos uma força tarefa dentro do Porto de Santos com autorização da Codesp  (Companhia Docas do Estado de São Paulo) , coma participação de 10 agentes fiscais para visitar os 44 empresas. Fizemos também uma forma tarefa em conjunto com a cidade de Praia Grande no dia 06 de dezembro de 2019;  Policia Militar, Civil, Defesa Civil ,  uma operação direcionada a Praia Grande. O CREA-SP  não tem poder de polícia, mas junto com a Prefeitura agilizou um trabalho importante no litoral Sul. Fizemos essa operação também  em setembro na cidade de Peruíbe.  

Como você está profissionalmente,  atuando no litoral Sul de São Paulo?

Estou muito feliz; as Associações são muito parceiras, estou entendendo melhor como funciona esse litoral. Tem muitas obras, tivemos que fazer em duas fases da Operação Verão.  A primeira com os Hotéis, Pousadas, e colônias de Férias em todo o Litoral Sul e Norte.

Alvará de Funcionamento, AVCB, tudo que envolve a segurança. Realizamos uma operação preventiva principalmente  nas empresas terceirizadas verificando  se estão aptas a realizarem o seu trabalho. A prevenção é muito importante.

Na segunda face fiscalizamos os eventos;  palcos, shows, eventos de verão, verificamos tudo e ainda fiscalizamos as obras. Percebemos que o trabalho de formiga demora, uma operação é muito mais eficiente e resolve muitos problemas.

Qual a sua opinião sobre o CREA-SP nos dias de hoje?

Somos mais de 320mil profissionais no Estado de São Paulo,  74 mil empresas. Hoje temos uma comunicação muito eficiente utilizando a mídia a nosso favor e valorizando nós funcionários e o próprio CREA-SP como entidade fiscalizadora., protegendo a sociedade e valorizando os profissionais da engenharia. Temos orgulho de ser CREA-SP.

 

Qual será o seu futuro profissional no CREA-SP?

O  meu objetivo no CREA-SP é continuar subindo os degraus, gosto do que faço, tento todos os dias ser melhor que o dia anterior e ser reconhecido profissionalmente  por esse trabalho.

Como ficam as Associações de Engenheiros no seu desenvolvimento junto ao CREA-SP?

As Associações  tem um trabalho fundamental para o CREA-SP. Os Inspetores, são quase dois mil;  desenvolvem um trabalho de fiscalização  onde o CREA não consegue chegar, são formadores de opinião.

Porque o CREA-SP tem adotado o sistema de “força tarefa” na fiscalização?

É mais eficiente. Tivemos  um milhão e noventa mil  ARTS em 2018. A força tarefa gera trabalho em todo o sistema, geramos trabalhos a todos os engenheiros, arquitetos e técnicos. Não estamos preocupados a que conselho esse profissional pertence. Precisamos dos profissionais trabalhando, independente do conselho,  o importante é a população não ter problema.

 

Como fica a valorização profissional, existe uma grande reclamação que a profissão está cada vez mais desvalorizada.

A valorização profissional é extremamente importante, o custo da obra é muito menor com o profissional habilitado. A responsabilidade civil e criminal. Uma cadeia evolutiva. Estamos focados na valorização profissional através da força tarefa da fiscalização.

O CREA-SP está tendo uma ascensão nacional, estamos tentando com uma frente parlamentar, alterações na Lei 5194, é muito antiga  de 1966, revogar essa e fazer uma nova Lei.

As entidades de classe são fundamentais, 16% da  arrecadação das art’s  sãovoltadas  as entidades de classe.  Ficamos muito triste quando os profissionais falam mal principalmente nas redes sociais, daquilo que não conhecem, não participam, mas falam mal sem base alguma.

 

Qual a importância do CDER - Colégio de Entidades Regionais ?

O CDER começou em 2018, uma reunião mensal, extremamente importante onde participam todos os Presidentes do Estado de São Paulo com o objetivo de esclarecer as entidade de classe de seus caminhos. O CREA-SP  está atento ao mercado, estamos revolucionando, facilitando a comunicação com o melhor da tecnologia. O nosso aplicativo é muito bom, consegue emitir ART pelo celular. Estamos mudando esse conceito do “conselho arrecadador”, por isso é fundamental o trabalho das entidades de classe.

Qual a conclusão que você chegou depois de trinta e cinco anos no CREA-SP?

Sou filho CREA-SP, a conclusão que cheguei depois de trinta e cinco anos é que valeu a pena em todos os sentidos, o Conselho além de fazer parte da minha vida profissional, faz parte da construção da minha personalidade, sou que sou por causa do CREA-SP, ele representa tudo.

 

 

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