No último dia 03 de junho, na Associação de Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém foi realizado a Oficina de Técnicas Construtivas, com prática em Adobe. O evento faz parte do Projeto Executivo de Conservação e Restauro da Casa de Câmara e Cadeia de Itanhaém e foi ministrado pela Professora e Doutora em Preservação e Restauro a Arquiteta Tânia Mioto.
O objetivo principal dessa oficina é trazer aos profissionais, além do conhecimento sobre as técnicas construtivas tradicionais, alternativas para construções contemporâneas, utilizando o adobe, taipa de pilão, taipa de mão e pedra entaipada, técnica utilizada na construção da antiga Casa da Câmara e Cadeia de Itanhaém.
Durante o período colonial, as casas de câmara e cadeia funcionavam em um único edifício, em dois pavimentos, prática que avança até o século XIX. A Casa de Câmra e Cadeia de Itanhaém foi construída em pedra entaipada, cobertura em quatro águas, com longos beirais, possui pesadas grades de ferro nas janelas do pavimento térreo, o que ainda evidencia o antigo uso de cadeia. Na parte externa, os seus cunhais (pilares formados de pedras lavradas na junção de paredes convergentes) encontram-se definidos através de pilastras, com decoração em alto relevo na argamassa.
O que é a alvenaria de Adobe?
Tijolo feito com uma mistura de barro cru, areia em quantidade, estrume e fibra vegetal. Sua técnica construtiva consiste em moldar tijolos cru, em formas de madeira, a partir das quais os blocos de terra é seco ao sol, sem que aja a queima.
O Adobe chega ao Brasil, com os portugueses, em seu período colonial, na qual a mão de obra era escrava, os matérias de construção eram precários, mas tínhamos a matéria prima desse método construtivo em grande quantidade. Foi muito utilizado no século XVI na construção de Igrejas e de muitos monumentos que se tornaram patrimônio historio como é o caso da Casa da Câmara e Cadeia de Itanhaém.
Arquiteta Tânia Mioto.
Doutora pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM- 2017), abrangendo Projetos de Reconstrução e Restauro a partir da Memória Coletiva, tendo como objeto de estudo a cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo. Mestre pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM-2011), envolvendo o Projeto de Restauro da Capela de São Miguel Arcanjo, em São Miguel Paulista, São Paulo. Possui Especialização em Patrimônio Arquitetônico: Preservação e Restauro Universidade Cruzeira do Sul (UNICSUL-2004), graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Guarulhos (UNG-1996). Bacharel em Comunicação Visual pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM-989). Atualmente é Professora da Universidade Anhembi Morumbi (desde 2017) onde ministra as disciplinas de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo, e Restauro e Patrimônio Histórico. Coordenadora do Laboratório Preserva, Laboratório de Preservação e Restauro. Foi professora da Universidade de Guarulhos (20013 -2016) e Coordenadora de Design de Interiores da Escola Técnica ABRA-Academia Brasileira de Arte, em Pinheiros, São Paulo (2010 -2017).
